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ARTIGO - Inserção do marketing sustentável em uma empresa de grande porte, no ramo eletrônico, do po




RESUMO: Esta pesquisa objetiva verificar se no processo de fabricação de uma grande empresa do Polo Industrial de Manaus, utiliza-se formas sustentáveis. Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica em livros, periódicos e documentos que permitiu conceituar o tema e subtemas. A metodologia utilizada para a coleta de dados foi uma entrevista com perguntas abertas, o que permitiu maior liberdade aos entrevistados. Na análise dos dados foi observado que a empresa estudada se preocupa com a elaboração dos seus produtos, desenvolvendo produtos menos maléficos a natureza e aos seus consumidores e adota práticas sustentáveis. Na produção de aparelhos celulares utiliza-se matérias-primas recicláveis, apoia-se em projetos sociais e culturais e ainda recolhe seus produtos após descarte para a reciclagem. Em suma, além de produzir produtos que não colocam em risco os recursos naturais a empresa busca educar ou reeducar os seus consumidores a adotarem práticas menos nocivas ao nosso patrimônio, seja cultural, econômico ou social.


Palavras-chave: marketing, sustentabilidade, consumidores.


ABSTRAT: This present study examined how the company in Manaus Nokia develops and markets its products sustainable. To this there was a literature search in books, articles relevant to the subject, conceptualizing andexplaining relevant concepts of the topic, the new approach to green consumers, brief history of the company Nokia and its tools sustainable. The objective was to generally investigate the integration of marketing in a sustainable large company, the electric components of the Industrial Pole of Manaus. The methodology used for data collection was the interview with open questions allowing greater freedom for the answers of respondents. This study found that the company cares about Nokia in the development of their products so that they are not harmful to nature and its consumers, adopt sustainable practices, produces environmentally friendly handsets, supporting social and cultural projects and still collect their products for recycling. As well as producing companies should educate their customers to adopt practices less harmful to our heritage is cultural, economic or social.


Keywords: marketing, sustainability, consumers


INTRODUÇÃO

Atualmente as empresas estão adquirindo consciência do seu papel social na sociedade focalizando o marketing sustentável em detrimento do marketing tradicional. Até pouco tempo atrás, os empresários somente se detinham em gerar lucros, explorando os recursos ambientais, de forma irracional, e desprezando as reais necessidades dos consumidores. Sob esta ótica o marketing sustentável ganha espaço e assim surgem vários conceitos tais como: ecomarketing, marketing verde e marketing ecológico.

Segundo Polonsky, apud Ribas e Smith (2013, p.2) “Marketing ambiental, ou verde, consiste em todas as atividades desenhadas, para gerar e facilitar trocas de forma a satisfazer os desejos e necessidades humanas, resultando em impacto mínimo sobre o meio ambiente”.

Deste modo, esta pesquisa busca investigar a inserção do marketing verde ou sustentável em uma grande empresa do Polo Industrial de Manaus, em seguida compreender as práticas e ações relevantes tanto para economia quanto para o meio ambiente. Para tanto foram trabalhados os seguintes objetivos específicos: confrontar os achados teóricos sobre os conceitos de marketing e sustentabilidade, com as práticas apontadas pelos colaboradores da empresa em relação ao meio ambiente e por fim, abordar os resultados da investigação do marketing sustentável na empresa.

A linha metodológica aplicada baseia-se na forma exploratória e em pesquisas bibliográficas tendo como referencial teórico para embasamento e contextualização sobre os conceitos de marketing e sustentabilidade.

Como métodos de coleta de dados foi utilizada uma entrevista com questões abertas, que estimula os entrevistados a responderem livremente sobre o tema proposto, entrevista esta que teve como objetivo pesquisar se a tal empresa utiliza técnicas sustentáveis na elaboração de seus produtos.


1 O CAMINHAR HISTÓRICO DO MARKETING

No limiar do século XX, nos Estados Unidos, a palavra marketing começa a ganhar significado. Conforme Pinho (2004), funda-se em 1930 a American Marketing Association (AMA), entidade dedicada a congregar os profissionais para o desenvolvimento do setor. Somente a partir dos anos 50 que o marketing chega ao Brasil trazido pelas multinacionais norte-americanas e europeias que aqui se instalavam. Pinho (2004, p.20) afirma que:



No século XVIII com o advento da revolução industrial, os fabricantes tinham como preocupação básica assegurar os meios (matéria-prima, mão de obra e capital) para a produção de alguns poucos bens e serviços. Em razão do baixo poder aquisitivo das populações, mesmo nos países desenvolvidos, as firmas limitavam-se a produzir artigos padronizados, muitos de qualidade apenas razoável. As opções de escolhas eram poucas, não existindo uma competição pela preferencia do consumidor, já que ele tinha a maior parte da renda destinada à satisfação das suas necessidades básicas. Essa orientação para a produção vai persistir nas empresas até o final da década de 1920, caracterizando-se pela preocupação central com a produção e as finanças.


Na percepção de Pinho (2004), no início da revolução industrial, os fabricantes focalizavam apenas nos métodos dos processos de produção e gestão das finanças. Os produtos eram comercializados de forma padronizados, não existindo uma preocupação em produzir artigos variados para atraírem os consumidores, uma vez que as opções de escolhas eram, praticamente, inexistentes.

Na perspectiva de Grecco (1997), o precursor do marketing, a técnica concentra-se em adotar a promoção de vendas para se conseguir vendas em massa. Ainda no pensamento deste autor antes de 1929 (crise americana) a preocupação das empresas era apenas saber fabricar, porém com o desenvolvimento da tecnologia advinda da revolução industrial, a dificuldade não é mais somente fabricar, mas sim em saber vender, como atrair a atenção e a ação dos seus clientes. Nesse contexto surge o marketing como ferramenta para alavancar as vendas, dando ênfase as necessidades dos consumidores.

Agora os consumidores passam a ter mais opções em relação à quais produtos adquirir, e logo surge a concorrência entre as empresas e neste embate nasce o marketing como ferramenta essencial para a o sucesso das empresas.


2 CONCEITOS DE MARKETING E SUSTENTABILIDADE

O marketing agregado à sustentabilidade, segundo alguns autores, pode ser um grande instrumento no embate pela defesa de preservação do meio ambiente.

O conceito de marketing varia muito de autor para autor, não existindo apenas um conceito para este termo, há muitas controvérsias em torno do mesmo. Menciona-se a seguir os mais relevantes:

Segundo Kotler e Keller (2006), o marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais e para defini-lo de maneira prática e sucinta, pode-se dizer que ele supre as necessidades de lucrativamente. Ou seja, as necessidades existem e o marketing é uma ferramenta que, aplicado corretamente, supri e fomenta estas necessidades de forma benéfica e lucrativa para ambas as partes (empresários e clientes). Para um produto obter êxito e, consequentemente, ser consumido pelo seu público-alvo faz-se necessário um estudo aprofundado para descobrir qual é o segmento de mercado mais apropriado, as vantagens de comercializar tal produto, estudar a concorrência, identificar as oportunidades e ameaças, analisar os fatores críticos de sucesso enfim, realizar um estudo estratégico de marketing. Para Gracioso (1971) apud Pinho (2004, p.23):



Marketing é o planejamento e execução de todos os aspectos de um produto (ou serviço), em função do consumidor, visando sempre maximizar o consumo e minimizar os preços, tudo resultando em lucros contínuos e a longo prazo para a empresa.


Continuando na perspectiva do pensamento de Pinho (2004), grande parte das empresas, independentemente de seu negócio ou atividade, existe para identificar e satisfazer as necessidades e desejos dos seus consumidores, utilizando-se de um planejamento minucioso de seus produtos, sempre focalizando os gostos e preferências do seu respectivo público-alvo, por meio do estudo de mercado, ou seja, o marketing. Convém lembrar que existe uma necessidade a ser sanada, porém o lucro deve ser estimulado maximizando o consumo, as partes envolvidas devem ser estudadas de forma que todos concretizem os seus anseios. Grecco (1997, p.23) resume o marketing como sendo a: “técnica que regula as atividades e funções mercadológicas da empresa e seu desenvolvimento”.


2.1 Sustentabilidade


Na segunda década do século XXI, as empresas contemporâneas precisam adotar e seguir práticas mercadológicas que não afetem significativamente o meio ambiente. Os recursos do planeta são finitos, por conseguinte é preciso conscientizar e evitar ações maléficas sobre o meio ambiente, pois se não houver ações positivas agora a vida pode se tornar inviável futuramente e os problemas decorrentes da falta de conscientização podem se tornar irreversíveis.

Além de se conhecer o conceito de sustentabilidade é preciso praticá-lo diariamente em nossas casas e empresas, pois esta ferramenta amiga do meio ambiente é um fator relevante para a transformação positiva da nossa sociedade. Este termo sustentabilidade precisa ser expandido e praticado pelas empresas, ser inserido em seus planos de metas, divulgado pelas mídias de massa, fazer parte do vocabulário das escolas para que não seja esquecido ou ignorado pela população; consumir é um verbo que todos conjugam, porém poucos agregam sustentabilidade em seus planos. Existem várias definições sobre o que é sustentabilidade, aborda-se a seguir as mais relevantes.

Segundo Loures (2009), as empresas sejam de grande, médio ou pequeno porte começaram a incrementar princípios de responsabilidade socioambiental em suas decisões e ações, logo tais empresas passam a ter uma visão de longo prazo em detrimento da tradicional de curto prazo que somente visava lucros irracionais e impactos negativos ao meio ambiente. Para Philippi (2001):


Sustentabilidade é a capacidade de se auto-sustentar, de se auto-manter. Uma atividade sustentável qualquer é aquela que pode ser mantida por um longo período indeterminado de tempo, ou seja, para sempre, de forma a não se esgotar nunca, apesar dos imprevistos que podem vir a ocorrer durante este período. Pode-se ampliar o conceito de sustentabilidade, em se tratando de uma sociedade sustentável, que não coloca em risco os recursos naturais como o ar, a água, o solo e a vida vegetal e animal dos quais a vida (da sociedade) depende (apud ARAÚJO, p.8,2006).


Ainda no pensamento de Philippi (2001) uma atividade sustentável caracteriza-se por ter uma visão associada de longo prazo de forma benéfica, não focando somente no tempo presente e sim no futuro, nas possíveis consequências que nossas ações podem acarretar para as futuras gerações. Este termo sofre variações de autor para autor, Afonso aponta (2006, p.11) que:


O termo implica na manutenção qualitativa e quantitativa do estoque de recursos ambientais, utilizando tais recursos sem danificar a sua fonte ou limitar a capacidade de suprimento futuro, para que tanto as necessidades atuais quanto aquelas do futuro possam se igualmente satisfeitas.



Ainda no pensamento de Afonso (2006) esta noção de sustentabilidade é derivada do conceito de desenvolvimento sustentável, fruto de reflexões e debates ocorridos desde a década de 1960 e consolidados no relatório: “Nosso Futuro Comum”, publicado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU em 1987. Conforme o relatório publicado o “desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades” (p. 20).

Quando a sustentabilidade é inserida no marketing se tem o conceito de marketing sustentável, marketing verde ou ecomarketing. Segundo Ottman (1994), o marketing sustentável tem a preocupação em criar uma imagem inovadora e diferenciada da empresa, preocupando-se com os atributos que envolvem o produto e ao posicionamento da empresa perante o meio ambiente.


2.2 Surgimento do Marketing verde


O marketing verde é uma nova ferramenta utilizada pelos empresários como diferencial estratégico para se destacar diante das demais empresas. Em um mercado altamente competitivo, torna-se necessário e de suma importância a criação de uma ferramenta sustentável para atrair mais consumidores de forma benéfica e racional.

Segundo Silva (2013, p.10) “o termo Marketing Verde, Ecológico ou Ambiental, surgiu nos anos 70, quando a American Marketing Associaton realizou um workshop com a intenção de discutir o impacto do marketing sobre o meio ambiente” , ou seja, a partir deste evento começaram a ser veiculadas as primeiras preocupações a respeito do desenvolvimento sustentável.

Ainda no pensamento do autor, após esse evento, o marketing ecológico foi assim definido: “O estudo dos aspectos positivos e negativos das atividades de marketing em relação à poluição ao esgotamento de energia e ao esgotamento dos recursos não renováveis”.

Posteriormente este novo conceito de marketing também foi discutido por Kotler (2006, p.10) “(...) um movimento das empresas para criarem e colocarem no mercado produtos ambientalmente responsáveis em relação ao meio ambiente”.

Logo, este termo é bem recente, surge no final do século XX e as empresas informadas sobre as novas exigências do mercado podem obter êxito em relação às vendas dos seus produtos se aderirem a este novo desafio.


2.3 Os novos consumidores no contexto contemporâneo


Os consumidores atuais são evidentemente diferentes dos tradicionais, há alguns anos os consumidores não tinham grandes preocupações na hora de adquirirem certos produtos. O processo de fabricação, os materiais envolvidos no desenvolvimento, onde colocar o produto depois que o mesmo fosse descartado, eram preocupações apenas do fabricante. Na segunda década do século XXI o mercado está diferente, as pessoas são mais exigentes e cuidadosas na hora de adquirirem certo produto, avaliam inúmeros aspectos antes de optar por determinado produto, inclusive no que diz respeito à responsabilidade social e ambiental.

Percebe-se que os consumidores têm grande importância no momento de comprar ou não determinado produto, por conseguinte, empresas que colocam em risco os recursos naturais e cometem irregularidades devem ser gradativamente esquecidas ou colocadas em um segundo plano, não consumindo o seu produto até que a mesma adquira práticas ecologicamente corretas.

Filho (2004, p.70) sugere a seguinte caracterização de posturas ou perfil do consumidor verde:


Busca pela qualidade com impactos ambientais mínimos; preferência por produtos e ações que demandem menos quantidade de recursos naturais e que sejam menos nocivos ao meio ambiente; opção por artigos recicláveis biodegradáveis e reutilizáveis; prestígio a empresas responsáveis socialmente e comprometidas com o meio ambiente; recusa a consumir produtos, utilizar serviços e apoiar ações que depreciem espécies em extinção.



Para Makower (2009, p.16):


Ser um cidadão ambientalmente responsável está se tornando menos uma moda passageira para muitos e mais um modo de vida, nascido da preocupação genuína com o futuro. Pequenos hábitos como reciclar, trazer o seu próprio saco de lixo e desligar os computadores estão ajudando a fixar uma nova ética verde num segmento de público cada vez maior.


Seguindo o pensamento de Makower (2009), ser cidadão ambientalmente responsável é sinônimo de melhoria na qualidade de vida e podem-se mudar gradativamente as atitudes através de pequenos atos como: reciclar, trazer o seu próprio saco de lixo, utilizar apenas um copo descartável por dia e desligar os computadores.

Os publicitários devem veicular mensagens educativas, ecologicamente corretas a fim de levar informações aos consumidores e os levarem a agirem conscientemente em prol do meio ambiente. Uma empresa que conjuga os verbos: preservar, cuidar, erradicar, com certeza se diferencia das demais positivamente, os consumidores atuais de forma a quererem também ajudar a diminuir o impacto negativo sobre o meio ambiente compram o seu produto e se sentem satisfeitos por terem adquirido algo que foi produzido, planejado de forma sustentável. Ou seja, as empresas não deixam de lucrar por mudarem suas estratégias mercadológicas, a economia não pode ser incompatível com a sustentabilidade, ambas devem ser trabalhadas e executadas.

A partir destes novos contextos as empresas que buscam prosperar e atrair a atenção dos consumidores, devem se adaptar as novas exigências das pessoas e não esqueceram de focar na sustentabilidade ambiental. É possível gerar lucro de forma sustentável, à medida que cuida-se do patrimônio ambiental, surge ideias e benéficos a longo prazo, como também não compromete-se a geração futura com ações nocivas ao meio ambiente.



3 MÉTODO


Uma pesquisa constitui-se em um conjunto de atividades que objetiva validar novos conhecimentos, conforme Prestes (2007). Daí decorre a necessidade de assegurar sua dimensão de cientificidade, descrevendo de forma clara como se deu sua realização. Nesse sentido, definiu-se o método adotado no presente estudo como uma pesquisa empírica, objetivando avaliar a problemática observada, possibilitando maior embasamento às argumentações, por mais tênue que possa ser a base fatual (DEMO, 1994).

Primeiramente, foi elaborada uma entrevista semiestruturada onde foram desenvolvidas perguntas pertinentes ao assunto, os participantes tiveram acesso ao instrumento de pesquisa por meio do e-mail. Objetiva-se com esta entrevista conhecer as práticas utilizadas pela empresa no processo de fabricação de seus produtos eletroeletrônicos, ademais a empresa foi consultada se possui lugares próprios para os seus clientes descartarem os produtos quando os mesmo não forem mais úteis.

Foram apresentadas as seguintes perguntas:


Participaram da entrevista oito funcionários. Quando perguntados a respeito de como a empresa contribui para a sustentabilidade obteve-se as seguintes respostas:

Funcionário A: “Trabalho há muito tempo na empresa de um tempo até agora estamos cumprindo as normas da empresa na parte de sustentabilidade, pois tem uma vigilância na empresa pra ver se esta tudo certo e quem não estiver fazendo isso, leva uma multa... nunca levei, mas tem gente que sempre deixa tudo bagunçado, por incrível que pareça.”

Funcionário B: “Empresa procura conscientizar as pessoas para não jogarem lixo fora das lixeiras, e quando jogam o lixo, devem procurar as seletivas onde tem a separação do lixo depois, vejo que utilizamos materiais recicláveis, principalmente plástico e papel, as vezes assisto palestra sobre esses assuntos.

Funcionário C: “Implantação de serviços de recolhimento de resíduos de embalagens de materiais defeituosos, seleta coletiva do lixo, não degredando o meio ambiente e levando todos os resíduos líquidos para uma rede de tratamento de esgoto”.

Funcionário D: “Pensando no meio ambiente e nos estragos que uma empresa de grande porte iria fazer com a natureza se despejasse o lixo nos rios é feito cartazes e palestras. A empresa, em foco, trabalha com métodos de divulgação como etiquetas, livrinhos e placas de sinalização para a utilização de resíduos”.

Funcionário E: “A empresa se preocupa muito com o seu nome envolvido em escândalos. Observo que existe coleta seletiva de lixo, distribuição de cartilhas sobre o meio ambiente e nos estragos que podem ser evitados. Os produtos são fabricados com materiais recicláveis”.

Três não souberam responder.

Quando questionados se seus produtos são elaborados a partir de materiais recicláveis, todos responderam que sim, ou seja, a empresa se preocupa desde a fabricação até o descarte de seu produto.

Quando perguntados sobre como o marketing verde surgiu na empresa obtive as seguintes respostas:

Funcionário A: “Lenta... demorou um pouco para gente entender como seria e que práticas tínhamos que tomar”.

Funcionário B: “Começou em 2006, quando a empresa começou a se preocupar com a questão sustentável que a grande maioria das empresas estava ligada, tanto no poder econômico que isso traria para a marca, quanto na valorização dos produtos da empresa”. Isso gera muito lucro.

Funcionário C: “De uma forma rígida na empresa, porque temos vistorias constantemente”.

Funcionário D: “Foi questão de muitos questionamentos porque isso nos ajudaria a melhorar a marca da empresa, mas também a não poluir o meio ambiente”.


4 ANÁLISE DOS RESULTADOS


Com base nas respostas dos participantes pode-se constatar que a empresa adota práticas sustentáveis em defesa do meio ambiente, possuem mecanismos para coleta dos resíduos danosos ao nosso ecossistema, percebe-se que dentro da empresa há um forte trabalho de conscientização para que os seus funcionários adotem práticas ecologicamente corretas. Segundo os funcionários os materiais com defeitos não são depositados no lixo, mas sim reutilizados, isto é um diferencial competitivo da empresa, pois com essas atitudes verdes chamam a atenção dos consumidores para comprarem os seus produtos em detrimento dos produtos fabricados irracionalmente de seus concorrentes.

É válido ressaltar que a empresa possui normas verdes a serem cumpridas por todos, caso porventura um funcionário a desrespeite irá, severamente, pagar certa multa pele seu engano. Isto ajuda de forma significativa na tomada de consciência quando se trata de nossos atos, pois quando há uma penalidade imposta claramente as pessoas, naturalmente, ficam mais atentas em relação a não infringir as leis estabelecidas.

Pode-se constatar pelas respostas obtidas que ocorrem palestras focando na sustentabilidade, reuniões e cartazes espalhados pela empresa com o objetivo de informarem e conscientizarem os seus funcionários. Em relação à implantação do marketing verde segundo resposta obtidas foi lenta, começando com pequenas ações como jogar o lixo nos lugares apropriados, ou seja, a coleta seletiva que a empresa vem executando é muito importante tanto na economia quanto na diminuição da poluição do meio ambiente.


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS


A realização deste artigo possibilitou um maior esclarecimento sobre os conceitos do marketing agregado a sustentabilidade, além disso, mostra como uma empresa do PIM vem aplicando esses valores sustentáveis no seu dia a dia, bem como na fabricação dos seus produtos. A partir das respostas dos colaboradores percebe-se que a empresa se preocupa com as questões ambientais e que por meio de palestras, campanhas e multas aplicadas procura fomentar práticas ecologicamente corretas, ademais é possível associar ao nome da empresa boas práticas ambientais e isto favorece a comercialização dos produtos.

Analisando o tema exposto neste artigo, fica evidente que vive-se atualmente em um novo contexto, onde a sustentabilidade ganha destaque em detrimento de práticas tradicionais. A literatura evidencia que as empresas necessitam focar em projetos que diminuam o impacto sobre a natureza e, ao mesmo tempo, estimular o marketing sustentável a fim de melhorar seus lucros. Vale ressaltar que essa preocupação verde não pode ser apenas das empresas, mas também da sociedade, governo, escolas e universidades para juntos conquistarem uma consciência coletiva voltada para a sustentabilidade.

Com relação ao objetivo geral que suscitou este trabalho, conclui-se que as empresas que desejam implantar o marketing verde em seu negócio, deve difundir esta ferramenta de forma ampla e geral, bem como alinhar o marketing as suas ações de sustentabilidade, pois a empresa que produz e apresenta ao mercado produtos verdes, deverá ter um retorno financeiro com o aumento das vendas. Constatou-se durante a entrevista realizada que a empresa vai além da teoria, ou seja, o marketing verde está presente dentro da política, estratégia, produção dos produtos, missão e na visão estratégica.

Fica claro que os consumidores sentem-se motivados em adquirir produtos ecologicamente corretos de empresas que possuem o certificado verde. Portanto se estar diante de uma nova realidade e somente os empresários que se adaptarem as novas exigências é que receberão o impulso desta nova ferramenta nos seus resultados. A empresa pesquisada é bem vista pelos seus consumidores em geral, pois agrega valores verdes aos seus produtos e com este mecanismo ainda gera bons resultados, pois atualmente os consumidores são mais exigentes e se puderem optar entre um empresa tradicional e uma sustentável, com certeza a segunda vai ser a escolhida.


REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Geraldino Carneiro de. et al. SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL: Conceito e Indicadores, novembro de 2006. Disponível em: <http://www.convibra.com.br/2006/artigos/61_pdf.pdf> . Acesso em: 14 de Novembro de 2013.


AFONSO, Cintia Maria. Sustentabilidade: caminho ou utopia?- São Paulo: Annablume, 2006.


DEMO, P. Pesquisa e construção do conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro , 1994.


GRECCO, Constantino. Marketing simplificado. Ibrasa, 1997.


LOURES, Rodrigo C. Da Rocha. Sustentabilidade XXI: Educar e inovar sob uma nova consciência. São Paulo, editora: Gente, 2009.


RIBAS, José Barreto; SMITH, Sandra Burle Marx. O Espectro verde na sustentabilidade, Novembro de 2006. Disponível em: <http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/181.pdf >. Acesso em: 05 de Setembro de 2013.


Pinho, J.B., 1951- Comunicação em marketing: Princípios da comunicação mercadológica/ J.B Pinho.- Campinas, SP: Papirus, 2001.


FILHO, Gino Giacomuni. Ecopropaganda. São Paulo: Senac, 2004.


MAKOWER, Joel. A economia verde: descubra as oportunidades e os desafios de uma nova era dos negócios. Tradução Célio Knipel Moreira; revisão técnica Leonardo Abramowicz.-São Paulo: Editora Gente, 2009.


OTTMAN, J. Marketing verde. São Paulo: Makron Books, 1994.


PRESTES, Maria Lucia de Mesquita. A pesquisa e a construção do conhecimento científico: do planejamento aos textos, da escola à academia. 3ª ed. São Paulo, Rêspel, 2007.


KOTLER, Philip; KELLER, Kevin. Administração de marketing. Prentice-Hall - 12ª edição, 2006.


SILVA, Camila Navarro da. Marketing Ambiental: uma valiosa ferramenta para conquistar clientes. Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/monopdf/24/CAMILA%20NAVARRO%20DA%20SILVA.pdf> Acesso em: 18 de Novembro de 2013.



Sobre as autores


Ádria de Azevedo Araújo é Acadêmica de Administração da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) - Av. General R. O.Jordão Ramos, 3000 – Manaus/Amazonas. (araujoadriaa@hotmail.com).


Maria da Glória Vitório Guimarães é professora doutora do Departamento de Administração da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) – Av. General R. O.Jordão Ramos, 3000 – Manaus/Amazonas. (gloriavitorio@ufam.edu.br)


Nixon Diniz Pereira é professor assistente do Departamento de Administração da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) - Av. General R. O. Jordão Ramos, 3000 – Manaus/Amazonas. (diz_pereira@ufam.edu.br).


Patrícia Auxiliadora Ribeiro de França é mestranda em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) - Av. General R. O.Jordão Ramos, 3000 – Manaus/Amazonas. (patrirbo@gmail.com).​

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